Serelepes

sábado, agosto 26

Elísio - continuação

Elísio apagou as luzes da loja e saiu, sentindo o cheiro de chuva que sempre era tão bom, qualquer coisa de água misturada com poluição. Gostava de ver os carros passando na rua e espalhando umas gotinhas de água para não-sei-onde, gostava do barulho que saía daí também. Sentindo-se bem, acenou para os que estavam esperando o temporal ir embora e foi-se, o paletó surrado se encharcando, pelo menos não precisaria mais ser lavado.
Andou um tantinho até chegar à porta de baixo do prédio de seu ap., destrancou-a e subiu as escadas para que chegasse ao corredor correto, deu um tchauzinho para a vizinha gostosa que se amassava com mais um de seus amantes e entrou na kitnet que hoje cheirava como sempre cheirou desde que foi morar lá, há mais ou menos uns quatro, cinco anos... Colocou a chaleira no fogo, tirou o paletó surrado, encostou as chaves em cima da T.V velha e sentou na cama, já ouvindo os gemidos da vizinha gostosa do outro lado da parede. Ele sentia muito desejo por ela, muito mesmo; algum dia ainda ia comê-la.
E não pôde deixar de notar que a água da chaleira ferveu no instante em que a vizinha gostosa gritou seu gozo – é, ele ainda iria comê-la. Passou o café, tomou, foi dormir.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

vc q fez o texto????
curti mtooo!! ehehehe
se foi vc, parabens! escreve mto! se naum foi entao os meritos vão para o autor! =]

30 agosto, 2006  

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